- A sombra do vento - Carlos Ruiz Zafon
A arte de contar histórias. Eis aqui mais um livro que presta tributo ao magnífico mundo literário.
É o primeiro livro que li de Zafon, e quase que ao acaso. E o acaso, neste caso, contribuiu ao clima místico que o próprio livro possui em seu enredo misterioso e por vezes um tanto sombrio.
O autor construiu de maneira interessante seu texto que possui certa influência das obras de Victor Hugo e Allan Poe. E só por isso já é digno de atenção.
Situado no pós-guerra, encontramos uma Barcelona ainda a se recuperar de seus profundos traumas de uma época especialmente dolorosa. E é aí que conhecemos Daniel, um garoto de dez anos, que ao ser conduzido pelo pai ao cemitério do livros esquecidos, é iniciado num novo universo. Pois é lá que ele encontra o misterioso livro "A sombra do vento" e daí em diante segue uma jornada obcecada em busca de respostas sobre tal livro e seu desconhecido autor.
Um livro intrigante, e por vezes até mesmo incômodo, que revela o amadurecimento humano, e o questionamento dos fatos que nos levam aos conflitos e à violência.
- Jogos Vorazes - Suzane Collins
Vendido aqui no Brasil como algo próximo aos romances de Stephanie meyer, o primeiro livro da trilogia de Collins chega a surpreender quando percebemos que o livro passa longe dos fantasiosos e nada bem escritos romances vampirescos. Os órfãos do bruxinho Harry Potter têm uma nova saga a acompanhar tanto nos livros quanto nos cinemas, com o lançamento do filme baseado no primeiro volume - boa adaptação, diga-se de passagem. Deixando de lado vampiros, lobisomens e varinhas mágicas, a vez agora é do mundo real, suas desigualdades e injustiças sem floreamentos. Passado num ambiente futuro devastado e, digamos, pós apocalíptico - uma tendência do momento - o livro pode apresentar referências à mitologia grega e questões filosóficas numa história de ficção científica. De uma forma bem simbólica, encontramos uma crítica à sociedade contemporânea e seus rumos, tendo que lidar com sua violência e com as marcas deixadas por ela a cada página. Um livro, portanto, razoável, e que indico a quem curte o gênero. Afinal, os jogos começaram!
- O Garoto no Convés - John Boyne
O livro afirma o estilo literário deste bom escritor. Seguindo uma receita próxima ao "Menino do pijama listrado" que considero sua obra prima, salpicada de gracejos e aventuras, O garoto no convés vem parar nesta lista. Então eu não escondo mais: sou fã de John Boyne.
Aqui, acompanhamos as desventuras do jovem órfão inglês Turnstile, que vítima das mais diversas violências, vê sua vida tomar um novo rumo ao ser salvo por um desconhecido francês e acaba embarcando num dos navios da marinha britânica. Não qualquer navio, mas trata-se do HMS Bounty, que ao comando de seu capitão William Bligh foi palco de um dos mais famosos motins da história náutica inglesa.
Apresentando um ponto de vista, no mínimo, curioso sobre as razões de tal revolta, Boyne consegue manter uma narrativa interessante e bem humorada.
Vale a pena conferir!
- Ilusões perdidas - Honoré de Balzac
O jovem poeta Lucien vivia no interior da França até ser persuadido tentar o sucesso na capital Paris. Porém, ele é simplesmente lançado em um mundo de ilusões desfeitas quando se dá conta de sua realidade. Balzac mostra toda sua erudição nesta grande obra do século XIX que se traz contextualizada numa época em que surge uma indústria cultural européia. Através do drama de seus personagens vemos dilema do homem afirmado como indivíduo numa fria sociedade moderna.
- O retrato de Doriam Gray – Oscar Wilde
Este livro é um daqueles que mesmo tendo tantos anos de produção, possui um valor simbólico tão atual que nos desafia a cada página, e por isso é merecidamente um clássico. Mais do que isso, Wilde tem a capacidade de nos tornar cúmplices de seu cinismo e seu lado um tanto sarcástico. O retrato de Dorian Gray é um bom exemplo de sua época, revelando a crença na pureza da essência humana e na corrupção da existência social.
- A Guerra dos Tronos: As Crônicas de gelo e Fogo – George R. R, Martin
Inspirada em vários momentos do fim do período antigo e do medievo que revelam toda a grandeza, brutalidade e intensidade da época – como a Muralha de Adriano ou a Guerra das Rosas – o escritor nos remete a um cotidiano sangrento, revelando os traços da ética cavalheiresca, o avanço no papel social da mulher – um pouco exagerado, mas perdoável – o período da infância – que praticamente não existia – e as referências a vida dos templários.
Não é difícil então de entender os motivos que levam A Guerras dos Tronos a ser o livro de ficção mais vendido atualmente. E provavelmente, Martin não vai sair do topo da lista tão cedo, pois acaba de ser lançado por aqui o terceiro volume da série, A Tormenta das Espadas. Só nos resta, terminar logo o segundo volume...
- A menina que roubava livros - Markus Zusak
"Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler". Este romance inovador, já conquistou inúmeros leitores pelo mundo e se tornou um clássico. O livro conta a história de Liesel, uma menina alemã e sua paixão por livros enquanto foge do nazismo durante a Segunda Guerra.
- Conversa sobre a fé e a ciência - Frei Betto & Marcelo Gleiser
O livro é um convite ao leitor a participar da fascinante discussão das contradições entre a fé e a ciência que se segue ao longo os séculos. Em companhia de dois especialistas - Betto, frei dominicano e Gleiser físico - o diálogo é conduzido de forma franca e transparente e surpreendentemente simples diante de assuntos que por vezes parecem tão contraditórios.
- O Menino do pijama listrado - John Boyne
A história pode ser descrita como uma fábula moderna sobre amizade. Seja como for, em não muitas páginas acompanhamos as "explorações" de Bruno, um menino de nove anos que conhece um menino diferente de si, do outro lado de uma cerca. Sem entender muito bem o que se passa, Bruno embarca numa aventura narrada de uma forma simples e sensível sobre o choque da inocência com os horrores vivenciados em tempos de guerra.